| Hoje, 25 de outubro, a Igreja do Brasil está em festa pelo seu primeiro santo do  País: Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão. Nascido  em Guaratinguetá, em 1739, foi um frade  católico. 
 Biografia Antônio viveu com seus pais e  irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais — Antônio Galvão de França,  capitão-mor da vila, e Isabel Leite de Barros, filha de fazendeiros, bisneta do  famoso bandeirante Fernão Dias Pais, o "caçador de esmeraldas" — gozavam de  prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana  e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de  treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se  encontrava seu irmão José. 
 Lá, Antônio fez grandes progressos nos estudos  e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da  perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a  entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe  de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na  sociedade de então, e, aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu,  no Rio de Janeiro. Em 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após  foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes. Foi  então mandado para o Convento de São Francisco, em São Paulo, a fim de  aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no  apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo  perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de  1766. Terminados os estudos, foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e  Porteiro do Convento — cargo este considerado de muita importância, pela  comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi  designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de  Santa Teresa", em São Paulo. 
 Os Dons de Frei  Galvão Frei Galvão recebeu de Deus dons, que sempre colocou a  serviço dos irmãos. Bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo),  telepatia (transmissão ou comunicação de pensamento e sensações, a distância  entre duas ou mais pessoas), premonição (sensação ou advertência antecipada do  que vai acontecer), clarividência (vê o que está para acontecer), levitação  (erguer-se acima do solo) e telepercepção (adquirir conhecimento de fatos  ocorridos a grandes distâncias) estão em relatos de muitos casos comprovados por  documentos. 
 As Pílulas do Frei Galvão Foram dois  casos de risco de vida que deram origem às Pílulas de Frei Galvão. Um foi o de  uma parturiente e outro foi o de um rapaz, com cálculos nos rins. Em ambos, por  não poder acudir pessoalmente aos necessitados, Frei Galvão escreveu em latim  uma jaculatória, em um pequeno pedaço de papel, que enrolou e recortou em forma  de pílulas, pedindo que as dessem aos doentes. O rapaz, a parturiente e sua  criança se salvaram — daí parte a extraordinária fama das pílulas, e a notável  fé que os devotos nelas depositam. 
 “Pos partum, Virgo, Inviolata  permanansisti! Dei Genitrix, intercede pro nobis” (Depois do parto, ó Virgem,  permaneceste Intacta! Mãe de Deus rogai por nós) — é o texto da jaculatória  escrita por Frei Galvão no papel. 
 Em razão desses fatos terem envolvido  inicialmente uma parturiente, e referindo-se a jaculatória ao parto da Virgem,  Frei Galvão passou a ser popularmente considerado “patrono das  parturientes”. 
 Beatificação 
 Em 25 de outubro de  1998 Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II, dele recebendo os  títulos de “Homem da Paz e da Caridade” e de “Patrono da Construção Civil no  Brasil”. De seu processo de beatificação constam 27.800 graças documentadas,  além de outras consideradas milagres. 
 O fato ocorrido em 1990, em São  Paulo, com a menina Daniela, que aos 4 anos de idade teve complicações  bronco-pulmonares e crises convulsivas foi uma comprovação de milagre que levou  ao processo de beatificação de Frei Galvão. 
 Daniela foi internada na UTI  do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, com diagnóstico de encefalopatia  hepática por consequência da hepatite causada pelo vírus A, insuficiência  hepática grave, insuficiência renal aguda, intoxicação por causa de  metocloropramida e hipertensão. Os sintomas acima a levaram a uma parada  cardio-respiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento gengival, hematúria,  ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite, e mais duas infecções  hospitalares. Após 13 dias de UTI, os familiares, amigos, vizinhos e religiosas  do Mosteiro da Luz rezaram e deram à menina as pílulas de Frei Galvão. Em 13 de  junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e em 21 de junho teve alta do  hospital, tendo sido considerada curada. O pediatra que a acompanhou atestou  perante o Tribunal Eclesiástico: "atribuo à intervenção divina, não só a cura da  doença, mas a recuperação total  dela". 
 Canonização 
 A comprovação oficial e o  anúncio da canonização de Frei Galvão foram feitos em 16 de dezembro de 2006.  Mas foi em 11 de maio de 2007, durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, que  Antônio de Sant´Ana Galvão foi proclamado Santo. 
 O que ocorreu na vida de  Sandra Grossi de Almeida e de seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, da cidade de  São Paulo (SP) foi considerado êxito favorável atribuído ao até então Beato Frei  Galvão, sendo de importância comprovada para a sua canonização. 
 Sandra já  havia sofrido três abortos espontâneos, devido à má formação de seu útero, que  tornara impossível levar a termo qualquer gravidez. Em maio de 1999, Sandra  ficou novamente grávida e sabia que a qualquer momento poderia ter uma  hemorragia e morrer. Apesar do prognóstico médico ser de provável interrupção da  gravidez ou de que esta chegasse, no máximo, ao quinto mês, a gestação evoluiu  normalmente até a trigésima segunda semana. Por ser caso de alto risco, foi  decidido parto por cesariana em 11/12/1999. Embora os exames tenham comprovado  problemas, o parto não teve nenhuma complicação. A criança nasceu pesando 1.995  gr. e medindo 0,42 cm, mas apresentou problemas respiratórios gravíssimos. Foi  "entubada", porém teve uma evolução positiva muito rápida, já no dia seguinte  deixou de necessitar do equipamento. Recebeu alta hospitalar em  19/12/1999. 
 A intercessão do Beato Frei Antônio de Sant'Anna Galvão foi,  desde o início e durante toda a gravidez, pedida pela família. Sandra, além das  novenas contínuas que fez, tomou também as "Pílulas de Frei Galvão" com fé e com  a certeza de sua ajuda . 
 Realizado o processo diocesano, os Peritos  Médicos da Congregação das Causas dos Santos aprovaram, por unanimidade, o fato  como "cientificamente inexplicável no seu conjunto, segundo os atuais  conhecimentos científicos".  | 
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