
Pais Cristãos
Humilde a mais humilde possível foi a origem do santo.  Era  filho de Cristóvão Manasceri e Diana Larcan, descendentes de escravos vindos da  Etiópia, para a Sicília. 
Seus pais eram bons cristãos e viviam uma vida de entrega a  Deus. Contam os biógrafos de  São Benedito, que seus pais fizeram votos de viver  a castidade no casamento, oferecendo em sacrifício a Deus. 
Diana era uma mulher “doce e pacífica, de maneiras graciosas  e amáveis, modesta, devota e fervorosa do Santíssimo Sacramento e sobre tudo  extremamente caridosa com os pobres”. 
Cristóvão também era de vida fervorosa. Vivia para Deus, a  família e o trabalho. Diariamente rezava o Rosário e ensinava os que trabalhavam  com ele. Comungava sempre que podia. Como o Patrão lhe permitia dispor de alguns  bens, Cristóvão atendia os pobres com alegria.
Certa vez por inveja, inventaram uma calúnia e Cristóvão foi  afastado do trabalho, neste período a Fazenda dos Manasseri passou por uma forte  decadência, sofrendo pragas, más colheitas, situação esta que só mudou quando  Cristóvão teve sua inocência comprovada e pode voltar ao cargo que exercia na  fazenda.
Nasce o Primogênito
Na época o Senhor Manasseri, patrão do  casal aconselhou-os a  terem filhos, prometendo-lhes a liberdade, e assim se deu. Em 1524, nasce o  primogênito, que recebeu o nome de “Benedito”, nome este que já se apresentava  como uma profecia, pois aquele seria por toda a sua vida, muito “abençoado”.
Benedito tinha traços finos, e crescia sob a formação cristã  de sua amorosa e santa mãe. Desde a mais terra idade aprendeu dos pais a rezar  de joelhos as orações do Pai nosso e Ave Maria. Foi aprendendo os rudimentos da  fé e sempre se mostrou recolhido, educado e humilde.  Dele podia se repetir o  que se disse de Jesus na sua infância: “Crescia em sabedoria, idade e graça  diante de Deus e dos homens”.
O Chamado a vida religiosa
Foi designado para pastorear as ovelhas, e nos momentos de  intervalo aproveitava para rezar o Rosário, vivendo uma vida para Deus. Mais  tarde cuidava do cultivo da terra.
Já com 18 anos trabalhava com dedicação e afinco o que lhe  proporcionou poder comprar com as economias uma junta de bois e um arado, com  que fazia serviços extras e ajudava a seus pais.
Por ser muito humilde e resignado, Benedito,  de cor negra,  era marginalizado e muitos o humilhavam e procuravam ridicularizá-lo.
Frei Jerônimo Lanza, natural de  San Marco, abandonou o mundo e se recolheu com alguns companheiros num  Eremitério de Santa Dominica, na região de Caronia. O Papa Júlio III autorizou  aos novos eremitas professarem a Regra Seráfica de São Francisco, juntando ainda  aos votos de pobreza, obediência e castidade, o voto de vida quaresmal, que os  levava a jejuar três dias por semana.
Certa vez passava por aquela  região Frei Jerônimo que presenciou Benedito sendo humilhado e caçoado por  todos. Percebendo a santidade daquele jovem profetizou: “ Ah! Hoje, vocês fazem  caçoada e ridicularizam este pobre negrinho, mas daqui há poucos anos verão a  sua fama se espalhar por todo o mundo!”
Alguns dias depois, disse Frei  Jerônimo ao encontrar novamente Benedito: “O que você está fazendo aqui,  Benedito? Vamos! Venda estes bois e venha comigo!”
Como seu Pai São Francisco de  Assis, sentiu forte seu chamado “de vender tudo que tinha dar aos pobres e  seguir Jesus”. E assim o fez, entrou para a Ordem dos Eremitas Franciscanos.  
A vida de  Eremita
Os Franciscanos Eremitas  procuravam viver uma vida de extrema solidão, pobreza, penitência e oração.  Sustentavam-se com um pouco de pão que mendigavam nas aldeias vizinhas, e ervas  amargas. Além dos votos de pobreza, obediência, castidade e adotavam um quarto  voto, a vida de penitência quaresmal.
Depois de cinco anos de vida  austera, recebe Benedito o hábito Franciscano. Seguindo o exemplo de vida de São  Paulo Eremita, procurava se penitenciar, inclusive tecendo para si uma túnica  feita de folhas que usou durante 04 anos, fora isto usava somente um capuz de  lã, para cobrir a cabeça.
Sua entrega a Deus e desejo de  santidade, logo produziu seus primeiros frutos, já manifestando em sua vida os  dons do Espírito Santo.  A fama de santidade corria longe, e todos os lugares  pessoas chegavam trazendo enfermos para que fossem curados. Já quase não  encontrava tempo para a oração e a meditação.
Frei Jerônimo então levou seus  monges para mais longe do povo, mas em pouco tempo lá estava o povo atrás do de  Benedito, para tentar ouvir seus conselhos e receber as curas para suas  doenças.
Frei Benedito estava com trinta e  oito anos, quando o Papa Pio IV, desejando unificar mais a Ordem Franciscana,  ordenou que os Eremitas de Frei Jerônimo se recolhessem a qualquer dos conventos  aprovados pela Santa Sé, e os dispensou do quarto voto. Foi no ano de  1562.
Benedito, cozinheiro no  Convento de Santa Maria de Jesus
Benedito depois de muito penar  decidiu então ir para os Franciscanos Capuchinhos que também viverem uma vida  austera mais se assemelhavam em costumes e hábitos aos Eremitas, mas não sabia  para qual Convento seguir.
Passando pela Catedral  Metropolitana de Palermo, foi diante da Imagem de Nossa Senhora, invocada sob o  título de “Madona di Libera Inferni”, rezou assim:
- “Quero ó minha Mãe, conhecer a  vontade de Deus e segui-la, custe o que custar!” e a Virgem falou-lhe ao  coração: “Meu filho, é vontade de Deus que entres na Ordem dos Frades Menores  Reformados!”. Sabendo da fama de santidade dos Franciscanos do Convento em Santa  Maria de Jesus, na Sicília, foi correndo para lá.
Benedito chegou à Santa Maria de  Jesus , foi recebido em festa pelo Guardião dos Franciscanos Frei Arcângelo de  Scieli, que conhecia sua fama de santidade;  mas logo foi transferido para o  Convento de Sant’Ana di Giuliana, um dos Mosteiros mais fervorosos da Ordem; ali  passou quatro anos, com intensa vida de santidade, retornando em seguida para  Santa Maria de Jesus, onde ficaria até a morte.
O primeiro oficio que recebeu foi o de cozinheiro, onde conseguia unir a “atividade de Marta com a contemplação de Maria” (Lc 10, 38-42). Mesmo trabalhando muito atarefado, vivia unido a Deus, em oração. Recolhido e humilde não perdia um minuto, fazendo da cozinha um santuário de oração e fervor. Vivia sempre alegre e cheio de mansidão para com todos.
O primeiro oficio que recebeu foi o de cozinheiro, onde conseguia unir a “atividade de Marta com a contemplação de Maria” (Lc 10, 38-42). Mesmo trabalhando muito atarefado, vivia unido a Deus, em oração. Recolhido e humilde não perdia um minuto, fazendo da cozinha um santuário de oração e fervor. Vivia sempre alegre e cheio de mansidão para com todos.

Fatos importantes da vida de  Benedito no Convento de Santa Maria de Jesus
Início dos  prodígios:
Os milagres do cozinheiro  
- O Capítulo da Ordem iria se  realizar no Convento, devido a neve os  frades não poderiam mendigar conforme a Regra estabelecia. 
Por descuido, o Superior não  providenciou o necessário. Como a situação era grave, Benedito chamou um de seus  auxiliares e o mandou encher umas vasilhas de água, diante do espanto do Irmão,  que sabia não haver carnes ou peixes para a refeição, Benedito replicou: “enche  as vasilhas e cobre-as com tábuas”. Recolheu-se aos seus aposentos e pôs-se a  rezar. Ao amanhecer, chama seu auxiliar e vão à cozinha, ali ocorreu o milagre:  grandes peixes, suficientes para várias refeições, estavam nas  panelas;
- Certo dia a carne chegou  atrasada e os frades começaram a pedir a mesma. Benedito disse que a mesma  estava ao fogo há poucos minutos, mas iria ver o que fazer. Encontrou a carne  bem temperada, cozida e pronta.
- Trinta operários prestavam  serviços voluntários no convento. Certo dia, porque vieram sem prévio aviso,  encontraram as despensas do Convento vazias. Benedito pôs-se em oração e serviu  farta refeição aos operários e ainda sobraram alimentos para a  despensa;
- Sem lenha para o fogão  Benedito subiu ao monte e encontrou uma grande árvore derrubada por raio.  Seriam necessários vários homens fortes para conduzirem a mesma. No entanto  Benedito a colocou no ombro sem nenhum esforço, causando espanto a todos os que  viam a cena.
A ajuda dos anjos ao cozinheiro  Benedito:
O Arcebispo de Palermo, Dom Diogo  d´Abedo, gostava de se recolher uns dias para descansar e rezar no Convento de  Santa Maria di Gesú. Vindo para as festas do Natal, trouxe consigo grande  quantidade de víveres. Na missa da aurora do Natal, Frei Benedito, abrasado de  santo amor, vai receber a Santa Comunhão. Sente o Menino Jesus em seu coração  como no presépio de Belém.
Chora ao contemplar um quadro ao lado do Altar. Caiu em êxtase, ficando ali várias horas arrebatado, sem pensar nos trabalhos da cozinha. Quando estava para começar a Missa solene Pontifical, o Superior foi à cozinha e viu o fogo apagado. Clamou por Benedito, reclamando o almoço para logo depois da Missa. O Convento ficou em polvorosa, para não fazer feio diante do Arcebispo. Foi o turiferário quem encontrou Benedito a contemplar o Menino Jesus, chamando sua atenção quanto ao almoço.
Chora ao contemplar um quadro ao lado do Altar. Caiu em êxtase, ficando ali várias horas arrebatado, sem pensar nos trabalhos da cozinha. Quando estava para começar a Missa solene Pontifical, o Superior foi à cozinha e viu o fogo apagado. Clamou por Benedito, reclamando o almoço para logo depois da Missa. O Convento ficou em polvorosa, para não fazer feio diante do Arcebispo. Foi o turiferário quem encontrou Benedito a contemplar o Menino Jesus, chamando sua atenção quanto ao almoço.
A resposta de Benedito o  desconcertou: “Não se aflija, irmão”! Após a Missa, acendeu uma vela e voltou a  rezar. Os irmãos o injuriaram revoltados com a preguiça e o descaso do frade  negro. Viam a vergonha diante dos olhos, Benedito calou-se e calmamente acendeu  o fogo.
Quando chegou o horário da refeição e o Superior ordenou a arrumação da mesa, viram dois belos jovens acabando de preparar suculento banquete para o Arcebispo e todos do convento. As injúrias se transformaram em louvores e graças ao Senhor e ao humilde servo.
Quando chegou o horário da refeição e o Superior ordenou a arrumação da mesa, viram dois belos jovens acabando de preparar suculento banquete para o Arcebispo e todos do convento. As injúrias se transformaram em louvores e graças ao Senhor e ao humilde servo.
Benedito nomeado Superior do  Convento
- Benedito era leigo e analfabeto.  Mesmo assim, tornou-se Superior do Convento e modelo admirável no governo  daquela casa.
- Em 1578, reuniu-se o Capítulo  Provincial dos Franciscanos no Convento de Santa Maria dos Anjos, em Palermo.  Houve a separação da Reforma e da Observância da Regra, sendo que o Convento  onde Benedito morava passou à Ordem Reformada. Frei Benedito foi eleito  Superior, por sua santidade e servidão. Enquanto todos se alegravam,  Benedito se entristeceu e procurou o Padre Superior, rogando que o liberasse  desse cargo, pois era analfabeto e ignorante. Seu Superior não o liberou e, em  nome da Santa Obediência declarou: “Doravante serás o Superior do Convento de  Santa Maria de Jesus”. A Benedito coube somente obedecer.
Sua firmeza e observância das  Regras faziam com que o Convento tivesse uma vida ativa e cheia de  graça.
- Alguns autores dizem ter sido  Frei Benedito Mestre de Noviços. Há autores que discordam, pois esse cargo era  exercido somente por Presbíteros. Mas a dúvida continua, pois já havia  acontecido a exceção quando Benedito foi indicado para o cargo de Superior,  exercido também por um Presbítero. Os noviços tinham grande admiração por  Benedito e tinham nele um grande conselheiro.
Benedito cheio do Espírito  Santo
- Segundo Frei Giacomo di Pazza,  uma das testemunhas do processo de beatificação, não se passava um dia sem que  acontecesse um prodígio operado pela intercessão de São Benedito.
- Benedito tinha o Dom da Ciência Infusa. Sem saber ler ou escrever, conseguia dar aulas sobre todos os assuntos ligados à Religião, à Ordem ou à Fé. Tinha muita clareza, espírito e unção. Teólogos e Mestres ouviam atentamente o grande santo;
Ressuscita  crianças
- Um dos milagres operado em vida:  várias senhoras, num carro puxado por cavalos, sofreram um grave acidente, no  qual D. Eleonora caiu sobre uma criança de cinco meses de idade, tendo a criança  morrido asfixiada. Diante do desespero de todos, Benedito tomou a criança nos  braços, põe a mão na testa gelada e recita algumas orações. Entregando a  criança, disse: “a senhora já pode amamentar a criança”. 
A criança morta, em contato com o  seio da mãe, adquire vida novamente e suavemente suga o leite da mãe (na  imagem tradicional, São Benedito está carregando essa criança, e não o Menino  Jesus, como muitos acreditam).
- Uma outra criança morreu  esmagada sob o peso do pai e do carro puxado por cavalos em que estava.  Pedindo confiança em Deus e em Nossa Senhora, Benedito toma nos braços a  criança, enquanto inicia a oração. Ao fazer o sinal da Cruz sobre a criança,  esta abre os olhos e pôs-se a chorar e gritar. Ressuscitara  maravilhosamente;
Cura dos cegos
-Também um cego recupera a visão  quando Benedito lhe faz o sinal da Cruz sobre os olhos; outro cego, que perdera  a visão há um ano, sem conseguir resultados com os médicos, recupera a visão  quando Benedito lhe faz o sinal da Cruz sobre os olhos;
Ressuscita um  cavalo
- Um homem muito pobre prestava  serviços no Convento e para tal utilizava um cavalo já muito velho. Era o único  meio de manter sua família. Certa vez o cavalo cai em um abismo e vem a morrer.  Benedito vendo o sofrimento daquele homem ressuscita o animal e aquele pobre  homem com alegria e gratidão a Deus pode retornar ao trabalho. 
Servos dos pobres  
- Após servir os  pobres, Frei Vito vira chegar soldados  espanhóis famintos e sedentos. Assustado, viu que havia poucos pães em seu  cesto,  Benedito percebeu a situação e o instigou a servir os soldados, percebeu  então que o cesto não se esvaziava e assim pôde alimentar grande contingente de  soldados;
- Um pescador  pobre, pai de sete filhos, não conseguia  pescar um mísero peixe sequer. Vendo a aflição do pobre homem, Benedito orou e o  pescador viu quantidade inacreditável de peixes em sua rede.
 Muitas curas físicas foi  realizada por Deus sob a intercessão de São Benedito, em vida e após a sua  morte.
Benedito prevê sua  morte
-  Em fevereiro de 1589 Benedito  caiu gravemente enfermo. Embora seu médico, de grande fama na região, previsse  sua morte, Benedito o alertou que ainda não havia chegado sua hora.  Portanto, recuperou-se. 
- Em março tornou a adoecer, com  uma febre muito alta. Nenhum remédio o aliviava. Previu então sua morte e fez um  pedido estranho: "enterrem logo o meu corpo para que não tenham contrariedade",  falava isso devido a grande movimentação de pessoas que visitariam seu  túmulo.
- Recebeu a Unção dos Enfêrmos  e o Viático, preparando-se para o encontro com o Senhor. Neste momento um  dos Irmãos aos ver São Benedito fechar os olhos em lágrimas e êxtases,  pôs-lhe  às mãos uma vela acesa, mas imediatamente o Santo o interpelou dizendo : “Meu  filho ainda não chegou a hora, quando for eu aviso”. 
Recebeu a visita de Santa  Úrsula e as virgens em visão que o arrebatou em extases. Daí poucos minutos, chamou Frei Guilherme e mandou que  acendesse a vela e pusesse em suas mãos. Era chegada a hora, diz então: “Meu  irmão pode acender a vela, é chegada a hora”!
Exclamando  com extrema alegria  "Jesus! Jesus! Minha Mãe doce Maria! Meu pai São Francisco", Benedito  falece  na paz do senhor. Era 19 horas de 4 de abril de 1589, terça-feira de  Páscoa, aos 65 anos de idade, dos quais passara 21 anos no mundo, 17 no  Eremitério e 27 na Ordem Franciscana.
-  A profecia de que era preciso  enterrar logo o seu corpo, cumpriu-se após o velório, uma multidão invadiu o  Convento querendo relíquias ou lembranças do grande santo. 
- Em 7 de maio de 1592, seu corpo  foi transladado pela primeira vez. Do seu corpo exalava sublime perfume, sendo  seu corpo encontrado em perfeito estado de conservação, sem uso de qualquer  produto químico. Em 3 de outubro de 1611 foi feita a segunda transladação do  corpo, colocado em urna de cristal. 
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| Capela de S.Benedito em Pilares | 
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| A mesma nos dias atuais - Av.Dom Hélder Camara | 




2 comentários:
Oii Márcia! Não conheci a história de São Benedito. Que história linda, tocante, emocionante... Fiquei muito tocada!
Obrigada por partilhar conosco...
São Benedito, rogai por nós!
Beijos,
Layse
De nada Layse, também não sabia de muita coisa. Como Deus age em nossas vidas !
Abraço Fraterno
Márcia Nunes
Vive e Reina Jesus
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