Eu tive a graça de conhecê-lo, e realmente ele NUNCA diz NÃO, é dos pobres, e motivo de grande orgulho para nós católicos, o coração dele é maior que tudo ! Deus o abençoe a cada dia mais Monsenhor Gustavo !
Um dos presbíteros mais queridos da Arquidiocese do Rio de Janeiro, monsenhor Gustavo José Cruz Auler, está celebrando 30 anos de doação, de serviço, de consagração radical a Deus e à sua Igreja.
Ao longo de sua trajetória como pastor de almas, pôde viver a dimensão da solidariedade no serviço aos mais pobres. Dinâmico e prestativo, tem a vocação natural de acolher bem quem dele se aproxima. Há 10 anos vem dando sua contribuição aos destinos da Igreja no âmbito arquidiocesano, exercendo a função de vigário episcopal do Vicariato Norte.
— O presente que sempre tenho pedido a Deus, muito mais agora na celebração do meu jubileu, é que Ele conserve a fidelidade do meu sacerdócio, de procurar fazer sempre a sua vontade, a oportunidade de acolher a todos, e de servir aos mais pobres, destacou o jubilando.
Hoje, com toda a maturidade de quem vive o ministério no cotidiano da missão, que brota da fé, pode dar testemunho do valor do sacerdócio como dom de Deus.
— Ser sacerdote é responder ao chamado de Deus, que nos ama sem medidas, colocando-se a serviço do Evangelho. Como discípulos missionários, temos a obrigação de anunciar o amor misericordioso de Deus, no sentido de transformar as realidades, levando as pessoas a experimentar uma vida nova, com dignidade, afirmou.
O desejo de servir a Deus surgiu ainda na adolescência, impulsionado pela opção pelos menos favorecidos. Na sua paróquia de origem, dedicada aos Sagrados Corações, na Tijuca, havia um trabalho social exemplar, ainda hoje desenvolvido pela Casa Padre Damião.
— Preocupado com a situação do povo simples, me alegrava o trabalho social realizado na comunidade, que se estendia até na alfabetização das empregadas domésticas. Foi quando surgiu o desejo de consagrar-me a Deus, para melhor servir aos mais pobres, contou.
Apesar da convicção, o jovem Gustavo não quis entrar de imediato para o seminário. A idéia também era compartilhada pela família, que cobrava uma maturidade vocacional. Carioca da Tijuca, Monsenhor Gustavo nasceu em 16 de março de 1957, filho de Homero Auler e de Maria Magdalena Cruz Auler, hoje falecidos. O casal teve sete filhos.
— Meu coração sempre esteve preparado para dizer sim a Deus. Só havia necessidade do discernimento, o melhor momento para ingressar no seminário, contou.
A expectativa de ingresso no seminário era para depois da conclusão do segundo grau. Enquanto isso, chegou até a trabalhar numa instituição bancária e houve a possibilidade de fazer uma experiência numa congregação religiosa. Aos 18 anos, quando iniciou o curso de Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), procurou apoio para o discernimento junto ao Grupo das Vocações Adultas (GVA).
Após a conclusão da Filosofia, já como aluno do Seminário Arquidiocesano de São José, com ingresso em 1977, o próximo passo foi cursar a Teologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Na vida de seminário, dois sacerdotes foram decisivos e influentes para a sua formação: Monsenhor José dos Santos Almeida, com quem trabalhou, e o reitor da época, Monsenhor Gilson José Macedo da Silveira.
Em 1981 recebeu a ordenação diaconal no dia 15 de agosto, na Paróquia Santa Sofia, em Cosmos, pelo então Bispo Auxiliar, Dom Affonso Felippe Gregory. A ordenação presbiteral aconteceu três meses depois, no dia 21 de novembro, na Catedral de São Sebastião, pela imposição das mãos do Cardeal Dom Eugenio de Araujo Sales.
— Ao ser ordenado, percebi a graça que Deus tinha me concedido, concretizando o sonho que havia acalentado por muito tempo. Também pude vislumbrar o que tinha pela frente, o privilegio de bem desempenhar a missão. Dentro do contexto da evangelização, a preocupação de oferecer aos irmãos a oportunidade de uma vida nova em Cristo, de crescimento espiritual e ainda de qualidade de vida, contou.
Trajetória Sacerdotal
Era só o começo. A próxima etapa foi bem mais desafiante. Provisionado em novembro de 1983 para a Paróquia São Tiago Apostolo, em Lins de Vasconcelos, permaneceu lá por 19 anos. Foi um tempo forte, de amadurecimento, que deu solidez à sua caminhada de identificação e de configuração ao sacerdócio de Cristo. Para atender às necessidades das famílias pobres situadas nas comunidades do Grajaú-Jacarepaguá, criou as creches Ternurinha e Chameguinho, além de dedicar-se à formação dos catadores de lixo da vizinha Diocese de Caxias.
Em julho de 2001, no governo de Dom Eusébio Oscar Scheid, junto com a transferência para a Paróquia Anunciação de Nossa Senhora, no Riachuelo, também foi nomeado como Vigário Episcopal do Vicariato Norte. Localizado numa região repleta de desafios no âmbito social e pastoral, o Vicariato Norte é composto por 39 paróquias, distribuídas em seis foranias.
Finalmente, em agosto de 2003, recebeu a missão de pastorear a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São José, no Engenho de Dentro, onde permanece até hoje. Além de sua dedicação pastoral, com o fortalecimento das pastorais e movimentos, muito tem feito pela conservação e ampliação da igreja matriz e do patrimônio paroquial.
— Para todas as situações, Monsenhor Gustavo sempre tem uma solução. Nunca diz não. Essa palavra não faz parte de seu vocabulário. Procura apoiar e incentivar todo o trabalho pastoral da comunidade. Em qualquer atividade, até mesmo na visita aos doentes, ele mesmo faz questão de ser o primeiro, a dar o exemplo, testemunhou Sueli Botelho dos Santos, que faz parte da equipe dos Ministros Extraordinários da sagra Comunhão.
Homem de Deus
— A vida precisa ser celebrada e muitas são as alegrias do coração sacerdotal. Jesus é a alegria por excelência e Maria também, e é essa alegria interior que nos ajuda a superar as dificuldades. Monsenhor Gustavo, através do carisma de atendimento aos doentes, manifesta a caridade do coração de pastor, afirmou Dom Edson, durante a homilia.
— Celebrar 30 anos de sacerdócio é confirmar o chamado de Deus, é renovar o meu compromisso pessoal de servir aos pequenos, procurando colaborar ainda com a Igreja no âmbito arquidiocesano, para que ela possa cumprir a sua missão, de ser sinal do amor de Deus no mundo. Foi um tempo de bençãos. Valeu a pena e se fosse preciso, agora corrigindo erros, estaria disposto a dizer sim e começar tudo de novo, afirmou.
Apesar dos desafios da caminhada, mas de olho no futuro, em sintonia com o novo Plano de Pastoral de Conjunto da Arquidiocese, a grande preocupação pastoral do jubilando é a de ir ao encontro das pessoas afastadas, para que elas possam voltar ao convívio da comunidade eclesial.
— No frescor do meu sacerdócio, tinha consciência do que deveria ser feito. Nem tudo foi possível, porque sempre há a necessidade da colaboração de outras pessoas. Nem todos são disponíveis para a messe, sem falar dos impedimentos gerados pela situação social que o povo enfrenta, em especial, a violência, muito presente em nossa cidade. A messe é grande, por isso a necessidade de formar novas lideranças, para um compromisso mais concreto. É preciso uma comunidade de fiéis que seja mais comprometida, servidora, sinal de uma Igreja viva e dinâmica, afirmou
De acordo com Rita Cardoso Gama da Silva, que coordena a Catequese paroquial, Monsenhor Gustavo tem um amor muito explícito pelos mais pobres. Na paróquia, existem várias iniciativas no âmbito social, como a informática, pré-vestibular comunitário, corte e costura, e o trabalho desempenhado pelos Vicentinos.
— De presente de aniversário, ele pediu gêneros alimentícios, roupas e brinquedos, que foram ofertado pelos fiéis nas celebrações. A distribuição será no inicio de dezembro, em duas ocasiões. Vamos reunir as famílias pobres da paróquia para uma confraternização de Natal, onde ele vai estar presente, lembrou a coordenadora.
* Fotos: Carlos Moioli e Eduardo Coimbra
Fonte: Arquidiocese de São Sebastião do RJ
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